SECA MEDONHA
Quero citar um assunto
Uma coisa que dá dó
De como a seca perdura
Tanto neste arredor.
Só vejo gado morrendo
Dá pena só de se vê
É triste ter um rebanho
E em pouco tempo
perder.
É a chuva que não chega
Pra encher nosso barreiro
É a falta de comida
É o sol o dia inteiro.
Só se vê o sertanejo
Chorando em desespero
Sem ter comida no pasto
E até mesmo o dinheiro.
Há povo que sofre tanto...
Neste torrão nordestino
Só vejo calamidade
Desde o tempo de menino.
Nas terras poço-verdenses
Onde o castigo é maior
Não vejo perspectiva
É Cada dia pior.
Mas se ando por aí
Vejo igual situação
Só ouço gado berrando
Com o rigor do verão.
Carros pipas que traz água
Já sabemos como é...
Não dá nem pra tomar banho
Só mesmo lavar um pé.
Pedimos sorte a Jesus
Para chover no sertão
Pra que as coisas melhorem
Que apareça o ganha-pão.
Parece que no Nordeste
As chuvas não quer chegar
Enquanto que lá no Sul
Chove o dia sem parar.
A famosa indústria da seca
Todo ano acontece
Enquanto alguém se beneficia
A população padece.
Vemos certos fazendeiros
Doentes com depressão
Por ver o gado morrendo
Sem nenhuma solução.
Êta Nordeste sofrido!
Que tenhamos muita dó
É triste ver tudo isto
E esperamos pior.
Terras boas, produtivas.
Sem chuva não valem nada
Pra plantar nossa lavoura
Nos períodos da invernada.
O calor é muito forte
Nestas terras sergipanas
Matará até as palmas
Imaginem as jitiranas.
É gado morrendo a míngua
Que pena, que dó nos dá.
Comendo palha de milho
Quando podemos comprar.
Seca brava, e horrível.
O sertanejo padece
Falta água e comida
E nada nos favorece.
Poço Verde já padece
Há muitos anos atrás
Só Deus tem o que fazer
Pra não sofrermos jamais.
Vou ficando por aqui
Rezando para chover
Para que os nossos bichos
Tenham ao menos o que beber.
Traga chuvas mansamente
Sem relâmpago e trovão
Sem assustar o roceiro
E nossa população.
Chova apenas pra encher
Nossa querida barragem
E fazer nascer bem forte
As castigadas pastagens.
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Hermano Alves
Poço Verde – SE
21 de fevereiro 2017
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