História dos gatos
Na evolução das
espécies, os gatos domésticos são considerados adaptações dos gatos selvagens.
Após uma série de cruzamentos entre classes, os felinos domesticados surgiram
como animais menores e que não ofereciam grande perigo aos seres humanos. A
primeira onda de domesticação ocorreu na região do Oriente Médio,
especificamente no Crescente Fértil,
que compreende Israel, Jordânia, Líbano e partes da Síria, Iraque, Egito,
Turquia e Irã.
Após o fim
do nomadismo, as populações passaram a utilizar a agricultura como principal
fonte de subsistência. Assim, os cereais passaram a ser armazenados, atraindo
roedores. Para afugentá-los, os humanos utilizaram os gatos, que passaram a
fazer parte do convívio social e exercer uma função primordial nas cidades,
caçar e eliminar camundongos e ratos.
Os gatos
eram tão importantes no
Egito que foram promulgadas leis protegendo estes animais. Se alguém fosse pego
“traficando” um gato, receberia a punição de pena de morte. Porém, alguns
viajantes conseguiram transportar os animais para outros locais como a Pérsia,
onde os gatos foram venerados.
Por serem
caçadores naturais, os gatos sempre foram utilizados para controlar pragas,
mantendo-se em posição de destaque pelos locais em que passaram. Mas isso
terminou com a chegada da Idade Média, quando começaram a ser sinônimos de maus
espíritos, tendo sido queimados junto a pessoas que foram denominadas bruxas
pela Santa Inquisição. Assim, foi criado o
preconceito contra estes animais.
De acordo
com a jornalista Paola Bello, em reportagem ao portal da revista Galileu, “a
humanidade pagou caro por esse destempero da Inquisição. Com a redução da população felina,
os ratos tomaram conta do pedaço. Falta de saneamento, condições precárias de
higiene e tráfego de navios infestados de roedores ajudaram a deixar o século
14 marcado na Europa pela pandemia da peste bubônica”.
Porém, com o
final da Idade Média, os gatos voltaram a ser bem
aceitos nas residências e embarcações, em que os homens do
mar utilizavam-nos como amuletos da sorte. Estes animais, convivendo com os
navegadores, ganharam a fama de gatos de navio, controlando o número de
roedores a bordo.
Após algum
tempo, os gatos tornaram-se um símbolo, até mesmo, de ostentação, pois acabaram
por ser considerados animais de luxo devido a sua classe e beleza. Eram usados
por damas em eventos sociais como verdadeiros enfeites. Neste mesmo período,
começaram a ser alvo de expositores, que efetuavam cruzamentos entre espécies
com o objetivo de “melhorar” a raça, fenômeno que originou inúmeros tipos de
gato. Foram criadas as raças puras, os pedigrees. Um dos gatos mais apreciados
no mundo saiu deste processo, o persa, que ficou conhecido na Europa após ser
introduzido por Pietro Della Valle, um navegador de origem italiana.
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