Comadre Fulozinha: a dona das matas
Para quem vive nas cidades com
alto índice de urbanização, falar de Comadre Fulozinha parece coisa boba, mas
para quem vive na zona da mata de Pernambuco e Paraíba, a presença da Comadre é
real. Muitos já escutaram histórias de pessoas que apanharam da criança de
cabelos negros e assanhados. Como professor de história de alunos que residem
na zona rural de Araruna, é comum escutar aparições da Fulozinha.
Sua origem é provavelmente no
período colonial e sua história se confunde com a de personagens da mitologia
brasileira tal como o saci e o curupira. Trata-se de uma menina que se perdeu
na mata e faleceu desnutrida, seu espírito ficou perdido na mata e com o tempo
ela passou a aterrorizar aldeias e fazendas.
Algumas leis foram postas para que
a Fulozinha não ataque as pessoas. Uma delas é não chamá-la de cabloca, outra é
sempre levar mel e fumo como oferenda. Em tempos de problemas ambientais, a
Comadre também aparece como protetora das matas.
Dona Lourdes Cavalcanti conta que
seu irmão José, na década de 1930 chegou em casa assustado, pois viu seu cachorro
levar uma surra da Comadre. O tio de um aluno já foi perseguido por ela. São
muitas as histórias. Durante a noite ela é mais assustadora, pois
seus cabelos negros viram chamas.
A população da Zona Rural a
respeita e buscam não atormentá-la. Furtiva, vez por outra ela faz
traquinagens dando tranças em rabos de cavalo e roubando fumo e
mel. Para enganar e despistar sua presença, ela dá um assobiou parecendo
estar de distante e quando menos se espera ela chega de surpresa.
Mitos e lendas referentes a seres
imaginários são comuns a todos os lugares, não prioritariamente da população
rural. No município de Araruna e em outros lugares destaca-se a história de
Comadre Fulozinha. Em outras cidades, o assunto é levado mais a sério, tal como
a história do Lobisomem de Jequitinhonha - MG , a princesa de
Jericoacoara - CE, e o Cabloco D`água que aterroriza a cidade de Barra
Longa - MG.
Fonte: http://ohistoriadoreotempo.blogspot.com.br/
Vamos rimar?
Das lendas que falam tanto
Mesmo que não tenha visto
Mas guardo sempre comigo
Seu relato, seu registro.
Essa comadre Florzinha
Protege nossa Floresta
Protegendo dos humanos
Que acaba o que resta.
Aqui mesmo em Poço Verde
Acontece tudo isso
Cortam o pouco que tem
E faz do mundo, um cortiço.
Estas lendas nos revelam
Um passado de historia
Levando o seu registro
Para a mais alta gloria.
Estas e outras lendas
Que o Folclore preserva
Faz reviver o passado
Pra aqueles que observa.
Nossas matas tem surpresas
Tem lendas pra gente ver
Aconselho que preserve
Pro os nossos bichos viver.
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Hermano Alves
Poço Verde - SE
18 de out. 2014
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