RIBEIRA DO POMBAL - ORIGEM E CULTURA REGIONAL
Todos os ângulos nos levam à Igreja de Santa Tereza
O município teve sua origem a partir de uma aldeia de
índios quiriris.
Em 1.667 os Jesuítas, o padre João de Barros e o padre Jacob Roland
chegaram ao local com o intuito de catequizar os índios e acabaram erguendo uma
capela com o nome de Santa Teresa. Com a devoção à santa e
devido a uma vasta vegetação bastante peculiar na região, o município passa
inicialmente a se chamar Canabrava de Santa Teresa de Jesus dos Quiriris.
Em 1.758 o vice-rei d. Marcos de Noronha e Brito,
VI conde dos Arcos, sendo parente por afinidade do primeiro-ministro do reino,
decide por carta régia do dia 8 de maio do mesmo ano, o fim de todos os
aldeamentos. O local é elevado à vila e sede de conselho com a designação
de Pombal. No
mesmo ano a vila passa a ser município.
Ribeira do Pombal chegou a ser
integrado ao município de Cipó em 1.931 como uma subprefeitura,
mas foi restaurado em 1.933 com a designação atual, que foi obtida
pelo decreto da Lei Federal nº 311, art 10º, o qual determinava que não poderia
haver mais de um município ou vila no país com a mesma denominação.
Com isto Pombal passa a se chamar oficialmente Ribeira do Pombal 1.938.
Projeto de Niemayer
Com projeto inicial solicitado pelo então ministro Oliveira
Brito ao arquiteto e seu contemporâneo Oscar Niemayer, a Nova Matriz de Santa
Teresa teve sua construção iniciada no começo dos anos de 1.960. A idéia de construir
uma nova igreja vinha desde os anos 1.940 e causava muita polêmica, já que
inicialmente cogitava-se demolir a Igreja Velha, marco inicial da cidade. Só em
1.961, quando Oliveira Brito assume o Ministério da Educação e Cultura, são
iniciadas as obras da igreja. Com os recursos federais levantam os complexos
alicerces e a fachada com a imensa cruz idealizada por Niemayer.
Com o Golpe Militar de 1.964, Oliveira é cassado e as obras da
matriz são interrompidas, sendo apenas retomadas em 1.968 com a chegada do Padre
Emílio Ferreira Sobrinho. A partir de 1.968, mesmo com o a ausência da classe
política e apesar da dificuldade imposta pela ditadura, começa uma campanha da
Paróquia junto à sociedade para arrecadação de fundos e retomada do projeto.
São realizadas diversas festas populares, inclusive a primeira micareta da
cidade, e toda a renda arrecadada era conduzida para a conclusão da igreja. Com
o tempo a campanha acabou conseguindo envolver todos os seguimentos da
sociedade, inclusive o político já que se tratava de um grandioso e complexo
trabalho. Em 1.971, é celebrada a primeira missa na Nova Matriz de Santa Tereza.
Filarmônica XV de Outubro
Fundada em 1.887, um grupo de militares vindos do estado de
Sergipe, sob o comando de um sargento aposentado, passa a residir em Ribeira do
Pombal. Apaixonados por música, fundam a primeira banda de sopro do lugarejo.
Quadrilhas
A cidade conta com aproximadamente cinco quadrilhas tradicionais
que se apresentam em festas da cidade e regiões vizinhas. Todas realizam seus
famosos “Arraiás de Rua”, onde o grupo responsável pela festa recebe as
quadrilhas das demais ruas, criando um elo entre elas o que acaba
reforçando e ajudando a manter a tradição.
Reisado do Alexandrino
Há aproximadamente 70 anos atrás, na longínqua fazenda
Alexandrino, situada na região semi-árida do município, a família do senhor
Beijo Pereira, de tradição religiosa, organiza todos os anos, homenagens para o
dia de Reis. Assim surgiu o grupo de Reisado do Alexandrino, com características
folclóricas e personagens que misturam gente e “bichos”. Eles realizam através
de versos, cantigas de roda e adivinhas um misto de beleza e criatividade que
encanta a quem assiste. Passado de geração em geração, chega aos dias atuais
sob o comando de Dona Mariana de Beija que comanda com entusiasmo e vivacidade
o grupo composto dos familiares e vizinhança local.
Bacamarte da Boca da Mata
O grupo de Bacamarte ou “bacamarteiros” como é popularmente
conhecido, representam uma tradição de mais de cem anos. As espingardas que
realizam tiros sincronizados anunciam sempre a chegada de boas notícias ou
acompanham festejos religiosos, como as festas de padroeiro e procissões.
O Bacamarte da Boca da Mata foi passado de geração em geração e é composto de oito membros que saem pelas ruas com indumentárias típicas, de reis para prestarem homenagens e agradecimentos aos santos devotos.
O Bacamarte da Boca da Mata foi passado de geração em geração e é composto de oito membros que saem pelas ruas com indumentárias típicas, de reis para prestarem homenagens e agradecimentos aos santos devotos.
Banda de Pífano
A cidade conta com cerca de três bandas de Pífano sendo uma
situada no bairro da sede (Pombalzinho), uma na fazenda Curralinho e outra no
Povoado Boca da Mata.
Fonte: culturabahia.com
Um comentário:
Hermano, este a quinta ou sexta materia sobre nossa região - fazenda abobora e adjacencia - no final trabalho para preparar um livro. Em todas elas oferecem fatos interssantes: eu não sabia e acho que pouca gente sabe que aquele momento da Praça ao lado da Igreja Velha de Santa Tereza é fruto de projeto elaborado por Oscar Neimayer.
No mais, até a reisado da família Beijo foi lembrado. Esta mesma família hoje toca zabumba nos eventos importantes, como as rezas na cepala "Das Antas". Vou procurar mais publicação sua. Abraço,
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