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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

RIBEIRA DO POMBAL - ORIGEM E CULTURA REGIONAL





RIBEIRA DO POMBAL - ORIGEM E CULTURA REGIONAL



Todos os ângulos nos levam à Igreja de Santa Tereza

   O município teve sua origem a partir de uma aldeia de índios quiriris. Em 1.667 os Jesuítas, o padre João de Barros e o padre Jacob Roland chegaram ao local com o intuito de catequizar os índios e acabaram erguendo uma capela com o nome de Santa Teresa. Com a devoção à santa e devido a uma vasta vegetação bastante peculiar na região, o município passa inicialmente a se chamar Canabrava de Santa Teresa de Jesus dos Quiriris.
   Em 1.758 o vice-rei d. Marcos de Noronha e Brito, VI conde dos Arcos, sendo parente por afinidade do primeiro-ministro do reino, decide por carta régia do dia 8 de maio do mesmo ano, o fim de todos os aldeamentos. O local é elevado à vila e sede de conselho com a designação de Pombal. No mesmo ano a vila passa a ser município.
   Ribeira do Pombal chegou a ser integrado ao município de Cipó em 1.931 como uma subprefeitura, mas foi restaurado em 1.933 com a designação atual, que foi obtida pelo decreto da Lei Federal nº 311, art 10º, o qual determinava que não poderia haver mais de um município ou vila no país com a mesma denominação. Com isto Pombal passa a se chamar oficialmente Ribeira do Pombal 1.938.
              Projeto de Niemayer
   Com projeto inicial solicitado pelo então ministro Oliveira Brito ao arquiteto e seu contemporâneo Oscar Niemayer, a Nova Matriz de Santa Teresa teve sua construção iniciada no começo dos anos de 1.960. A idéia de construir uma nova igreja vinha desde os anos 1.940 e causava muita polêmica, já que inicialmente cogitava-se demolir a Igreja Velha, marco inicial da cidade. Só em 1.961, quando Oliveira Brito assume o Ministério da Educação e Cultura, são iniciadas as obras da igreja. Com os recursos federais levantam os complexos alicerces e a fachada com a imensa cruz idealizada por Niemayer.
   Com o Golpe Militar de 1.964, Oliveira é cassado e as obras da matriz são interrompidas, sendo apenas retomadas em 1.968 com a chegada do Padre Emílio Ferreira Sobrinho. A partir de 1.968, mesmo com o a ausência da classe política e apesar da dificuldade imposta pela ditadura, começa uma campanha da Paróquia junto à sociedade para arrecadação de fundos e retomada do projeto. São realizadas diversas festas populares, inclusive a primeira micareta da cidade, e toda a renda arrecadada era conduzida para a conclusão da igreja. Com o tempo a campanha acabou conseguindo envolver todos os seguimentos da sociedade, inclusive o político já que se tratava de um grandioso e complexo trabalho. Em 1.971, é celebrada a primeira missa na Nova Matriz de Santa Tereza.
            Filarmônica XV de Outubro
    Fundada em 1.887, um grupo de militares vindos do estado de Sergipe, sob o comando de um sargento aposentado, passa a residir em Ribeira do Pombal. Apaixonados por música, fundam a primeira banda de sopro do lugarejo.
                     Quadrilhas
    A cidade conta com aproximadamente cinco quadrilhas tradicionais que se apresentam em festas da cidade e regiões vizinhas. Todas realizam seus famosos  “Arraiás de Rua”, onde o grupo responsável pela festa recebe as quadrilhas das demais ruas, criando um elo entre elas  o que acaba reforçando e ajudando a manter a tradição.
                Reisado do Alexandrino
   Há aproximadamente 70 anos atrás, na longínqua fazenda Alexandrino, situada na região semi-árida do município, a família do senhor Beijo Pereira, de tradição religiosa, organiza todos os anos, homenagens para o dia de Reis. Assim surgiu o grupo de Reisado do Alexandrino, com características folclóricas e personagens que misturam gente e “bichos”. Eles realizam através de versos, cantigas de roda e adivinhas um misto de beleza e criatividade que encanta a quem assiste. Passado de geração em geração, chega aos dias atuais sob o comando de Dona Mariana de Beija que comanda com entusiasmo e vivacidade o grupo composto dos familiares e vizinhança local.
               Bacamarte da Boca da Mata
    O grupo de Bacamarte ou “bacamarteiros” como é popularmente conhecido, representam uma tradição de mais de cem anos. As espingardas que realizam tiros sincronizados anunciam sempre a chegada de boas notícias ou acompanham festejos religiosos, como as festas de padroeiro e procissões.
O Bacamarte da Boca da Mata foi passado de geração em geração e é composto de oito membros que saem pelas ruas com indumentárias típicas, de reis para prestarem homenagens e agradecimentos aos santos devotos.
                 Banda de Pífano
    A cidade conta com cerca de três bandas de Pífano sendo uma situada no bairro da sede (Pombalzinho), uma na fazenda Curralinho e outra no Povoado Boca da Mata.

Fonte: culturabahia.com



Um comentário:

paulo nascimento disse...

Hermano, este a quinta ou sexta materia sobre nossa região - fazenda abobora e adjacencia - no final trabalho para preparar um livro. Em todas elas oferecem fatos interssantes: eu não sabia e acho que pouca gente sabe que aquele momento da Praça ao lado da Igreja Velha de Santa Tereza é fruto de projeto elaborado por Oscar Neimayer.

No mais, até a reisado da família Beijo foi lembrado. Esta mesma família hoje toca zabumba nos eventos importantes, como as rezas na cepala "Das Antas". Vou procurar mais publicação sua. Abraço,