POÇO VERDE SECO
Por todo lugar que andemos
Nesta nossa região
Vemos esta cena triste
Assim que chega o verão.
Que poço verde é Nordeste
Não podemos duvidar
Nem lamentar o calor
Que é mesmo de assar.
Caatinga quente é certeza
Uma folha não se vê
Jamais teremos fartura
Garanto isso a você.
Por isso me preocupo
Quando vejo demasia
De muito veneno jogado
Que é de dar agonia.
Muito adubo pra crescer
E enriquecer o patrão
Sem lembrar os animais
Que convivem neste chão.
Meu amigo Lourinaldo
Nordestino como eu
Vive sempre perguntando
Porque nunca mais choveu?
Geon Batista que o diga
Como é difícil plantar
Sem chover a muito tempo
Para o terreno molhar.
Mas nordestino resiste
Já está acostumado
Com este calor ardente
Desde o tempo passado.
Ninguém planta uma árvore
Arranca a que já existe
Deixando tudo em aberto
Assim deixa a vida triste.
Oxigênio que é bom
Vai faltar mais adiante
Com tanto desmatamento
Que vivemos nesse instante.
É agrotóxico de mais
Na roça do agricultor
Para matar os insetos
E trazer muito temor.
É verdade Lourinaldo,
É bem desanimador
Quando olhamos pra esta terra
Que o homem desmatou...
O nordeste é mesmo assim
Terra seca sem chover
Pra os lados que olhamos
Matos secos vamos ver.
O Sudeste é diferente
Chove muito todo dia
Mesmo sendo ao contrario
Que muita gente queria.
Mas aqui é poço verde
Sergipano do Nordeste
Repleto de resistência
De muitos cabras da peste.
Vou ficando por aqui
Que o Deus possa ter dó
Destes pobres sofredores
Que vivem neste arredor.
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Poço Verde – SE
24 de janeiro de 2017
Hermano Alves